A geração Z sabe o que quer. O trabalho que procuram tem de lhes proporcionar salário e bem-estar. Não querem trabalhar tantas horas quanto os boomers e preferem desfrutar a vida. Os jovens valorizam o seu tempo e isso é crucial na procura de emprego. Falamos de salário emocional, vamos descobrir o que é!
O fenómeno da Grande Renúncia que surgiu na pandemia
O stress e o cansaço, tanto físico como mental, que pressupõe trabalhar um dia de trabalho intenso, sem pausas e horários intermináveis é algo para o qual os jovens estão sensibilizados. Por essa razão, e durante a pandemia, ocorreu o fenómeno da Grande Renúncia e muitas pessoas na faixa dos vinte anos decidiram deixar os empregos, mal pagos, sem motivação e mecanizados. Os jovens querem menor carga de trabalho, com melhores condições de trabalho e uma redução do horário que lhes permita ter tempo para o seu bem-estar pessoal e social.
O que é o salário emocional?
De acordo com a AEC, a Asociación Española para la Calidad (Associação Espanhola para a Qualidade), o objetivo é satisfazer as necessidades pessoais, familiares e profissionais do trabalhador, melhorando a sua qualidade de vida e fomentando a conciliação profissional, pessoal e familiar. Este tipo de retribuição consiste em receber compensações que o trabalhador considera mais benéficas do que um aumento do salário. Vejamos que benefícios são considerados parte do salário emocional.
1. Teletrabalho
O teletrabalho aumentou 19,4% em 2023, com mais de 3 milhões de pessoas a trabalhar, pelo menos ocasionalmente, a partir de casa e a sua proporção em termos de trabalhadores foi de 13,6%, de acordo com o Adecco Institute.
Algumas empresas permitem que os seus colaboradores tenham determinados dias para ficar em teletrabalho, onde quiserem, desde que cumpram o seu dia de trabalho e as horas de produtividade. Foi demonstrado que é um sistema que funciona e que os colaboradores valorizam mais do que outras coisas.
2. Flexibilidade horária
Entrar às 9h no trabalho e sair às 19h, com uma pausa de duas horas para almoçar é antiquado! As novas empresas ouvem as gerações dos jovens que pedem uma maior flexibilidade horária. Ou seja, começar o dia à hora que lhe der mais jeito e terminar antes, por exemplo às 17h, sem descartar terminar noutro dia às 19h, consoante as funções, tarefas e redistribuição do tempo de cada colaborador.
Também podem reduzir os períodos de descanso, uma vez que foi observado que meia hora ou uma hora é suficiente e os colaboradores podem acabar o seu dia de trabalho mais cedo.
3. Conciliação profissional, pessoal e familiar
As empresas mais valorizadas oferecem uma flexibilidade de horário que permite que o trabalhador faça um horário parcial, leve os seus filhos à escola e comece o seu dia mais tarde, permitindo também que goze as licenças de paternidade, maternidade e amamentação, licenças de assistência à família e que organize o dia de trabalho consoante as suas necessidades.
4. Crescimento na empresa
Os jovens não querem estar sempre a fazer as mesmas coisas e exigem um crescimento dentro da empresa. Todos queremos subir, mudar de departamento, conseguir cargos com mais responsabilidades e proporcionar uma carreira profissional satisfatória e de máxima confiança.
5. Formação contínua
É a empresa que deve oferecer cursos de formação contínua, fomentando atividades formativas em grupo, com o pagamento de um mestrado especializado, ou a possibilidade de estudar línguas, fazer cursos tecnológicos, entre outros, para captar o talento jovem, formá-lo, e permitir o crescimento tanto da empresa como do trabalhador.
6. Vales refeição ou tickets de restaurante
Permitem trocar por comida em vários estabelecimentos, do supermercado ao restaurante. Cobrem uma parte ou a totalidade do preço da refeição em horário de trabalho.
7. Atividades de bem-estar na empresa
Por outro lado, e para fomentar a saúde, tanto física como emocional, algumas organizações contam com atividades (exercício, mindfulness, nutrição, ioga, ginásio, spa…) dentro ou fora do horário de trabalho para proporcionar bem-estar aos seus colaboradores. Tudo isto faz com que trabalhemos melhor e com maior motivação.
O salário emocional posiciona-se como algo importante na procura de emprego. Os empregos mudam à medida que a sociedade avança e surgem novas necessidades. Diga-nos o que valoriza no salário emocional e se beneficia de algum destes privilégios.